domingo, 29 de junho de 2008

O Louro no Início do Século XXI

A freguesia estende-se por uma área de 518 hectares e dista 4 km da sede do concelho.
Apesar de parte da freguesia se situar em áreas não planas (é de salientar o Monde de São Barnabé e toda a área circundante), o Louro é geograficamente dominado pelo vale do rio Este e é nele que a maior parte da população reside.
Em 1981, possuía 2515 habitantes e, em 2001, a população aumentou para cerca de 3000 habitantes.
É uma freguesia onde a indústria e o comércio dominam, havendo também uma pequena fatia da população que trabalha na agricultura. A indústria dos botões, móveis e metalo-mecânica absorve uma parte considerável da população activa da freguesia. A taxa de desemprego não apresenta valores significativos.
Em termos etários, a população é jovem, uma vez que cerca de 40% da mesma são jovens entre os 0 e 24 anos. Daí a vitalidade de certos organismos de juventude, nomeadamente o nosso agrupamento.
Em termos de instrução, regista-se uma taxa de analfabetismo de 8%. Contudo, uma percentagem razoável completou o ensino secundário e atingiu mesmo o ensino superior.
A freguesia está bem localizada e servida por bons transportes. Outrora atravessada por duas linhas-férreas, a do Minho e a da Póvoa de Varzim, hoje é servida apenas pela primeira, pois a última foi já há vários anos extinta. É atravessada por uma estrada nacional e encontra-se a cerca de 5 quilómetros da auto-estrada A3.
Possui vários serviços indispensáveis ao quotidiano dos seus habitantes: uma agência bancária com serviço multibanco; uma agência de seguros; dois gabinetes de construção civil; um gabinete de contabilidade; um posto médico; escola pré-primária e duas escolas do 1º ciclo.

Em termos paisagísticos, o Louro possui recantos de grande beleza. São de salientar o Monte de São Barnabé, com uma vista panorâmica magnífica sobre o Vale do Este e as zonas junto ao rio Este, nomeadamente o Pinguelo e a Veiga, que, devidamente recuperadas em termos de despoluição e arborização, se tornariam locais aprazíveis de lazer.

Louro – Uma Resenha Histórica

O Louro, actualmente, é uma freguesia do Minho, situada a 18 Km de Braga e pertence ao concelho de Vila Nova de Famalicão. Contudo, até 1834, pertencia ao antigo Termo de Barcelos, donde dista 15 km.
A freguesia era uma abadia de apresentação do Ordinário. O primeiro documento que se refere a esta freguesia data de 1220. A sua padroeira é Santa Lucrécia.
Em 1757, tinha 60 casas. Rendia, antes de 1834, 1.200 réis.
A igreja desta freguesia é espaçosa e estava situada junto do seu passal, num lugar elevado, alegre e sadio. Tanto a igreja como o seu passal estavam circundados, a nascente, pela linha-férrea do Minho e, a poente, pela estrada de macadame feita de Famalicão a Barcelos.
Esta freguesia está tão bem colocada que tem nove freguesias à sua volta, ás quais se vai percorrendo a distância de um quilómetro ou pouco mais.
Há nesta terra a capela de Santo António, que a freguesia outrora cedeu à confraria do mesmo santo, com a obrigação do fabrico e de nela ter os paramentos necessários para quando o pároco ou outros eclesiásticos queiram nela exercer suas ordens.
Há também a capela particular da casa e Quinta da Torre, no lugar da Barrada, dedicada a nossa Senhora da Conceição, pertença dos Afonsecas Escobares, de Lisboa e, hoje, da Exma Srª Dª Maria da Conceição, descendente dessa ilustre família e casada com seu primo, o Sr. António da Costa Araújo, ambos nascidos e moradores nesta freguesia. Esta família tem brasão de armas.
Há, igualmente, nesta freguesia, a Ermida do Santo do Monte e do Senhor dos Passos, filial da igreja matriz. Nela se faz, com grande concurso de povo, no Domingo de Pascoela, grande festividade e romaria. Venera-se nesta capela, igualmente, a milagrosa imagem de Santo Ovídio, a que os romeiros levam telhas ordinariamente furtadas no lugar de ofertas.
É atravessada pelo rio Aliste ou Aleste, Este ou D’Este que, nascendo no Carvalho de Este (Braga), vai entrar no Rio Ave, no sítio chamado Touguinhó.
O Louro tem uma antiga ponte de pedra, reformada e alargada em 1856, onde passa a dita estrada de macadame. Junto dela tem azenhas de moer e engenhos de serrar, fazer azeite e gramar linho, pertenças da Quinta do Sr. Bernardino da Costa Machado.
Uma curiosa história se conta acerca desta freguesia. Em quase todos os tempos, tem havido discórdias entre alguns paroquianos e os seus párocos. Em 1770, alguns paroquianos, reconhecendo que os pleitos que tinham com o seu pároco eram injustos, trouxeram a esta freguesia alguns missionários para fazerem as pazes. Contudo, como os paroquianos não concordaram com as propostas justas e religiosas dos missionários, estes decidiram retirar-se da freguesia. Ao passarem por cima da ponte do Louro, descalçaram as sandália e sacudiram o seu pó sobre o rio, dizendo “ Adeus, Louro, que nem o teu pó queremos levar!”.
(As informações apresentadas foram recolhidas de um documento elaborado no início deste século)